sexta-feira, 6 de abril de 2012

Vida após parto

Esta quem me mandou foi uma amiga querida:

"No ventre de uma mulher grávida dois gêmeos dialogam:
-Você acredita em vida após o parto?
- Claro! Há de haver algo após o nascimento. Talvez estejamos aqui principalmente porque nós precisamos nos preparar para o que seremos mais tarde.
- Bobagem, não há vida após o nascimento. Afinal, como seria essa vida?
- Eu não sei exatamente, mas certamente haverá mais luz do que aqui. Talvez caminhemos com nossos próprios pés e comeremos com a nossa boca!
- Isso é um absurdo! Caminhar é impossível. E comer com a boca? É totalmente ridículo! O cordão umbilical nos alimenta. Além disso, andar não faz sentido, pois o cordão umbilical é muito curto.
-Sinto que há algo mais. Talvez seja apenas um pouco diferente do que estamos habituados a ter aqui.
- Mas ninguém nunca voltou de lá. O parto apenas encerra a vida. E afinal de contas, a vida é nada mais do que a angústia prolongada na escuridão.
- Bem, eu não sei exatamente como será depois do nascimento, mas com certeza veremos a mamãe e ela cuidará de nós.
- Mamãe? Você acredita em mamãe? Se ela existe, onde ela está?
Onde? Em tudo a nossa volta! Nela e através dela nós vivemos. Sem ela não existiríamos.
- Eu não acredito! Nunca vi nenhuma mamãe, por isso é claro que ela não existe.
-Bem, mas às vezes, quando estamos em silêncio, posso ouvi-la cantando, ou senti-la afagando nosso mundo. Eu penso que após o parto a vida real nos espera e, no momento, estamos nos preparando para ela.

AUTOR DESCONHECIDO

Morte não é antítese de Vida. Vida não tem antítese.

Hoje é Sexta-Feira Santa e está fazendo um calor atípico lá fora. Noite de lua cheia linda. Ideal para a gente pensar na vida, em todos os níveis. Acabei de ler uma materiazinha lá no Yahoo que levanta mais questões sobre Jesus Cristo: se ele morreu com 33 anos ou com mais de 40; que ele não era o jovenzinho bonitinho das imagens, mas um senhor respeitável daquela época difícil em que todo mundo envelhecia muito cedo; que ele foi enterrado numa vala comum e não numa tumba particular.
É interessante a pesquisa dos cientistas, mas isso vai mudar alguma coisa efetivamente? Jesus Cristo sintetiza uma história muito mais antiga e poderosa da busca pelo sentido da vida. A lógica da vida é que ela não termina na morte física. O elemento mais importante na história de Jesus não é o sacrifício dele. Embora grandioso, outros heróis da humanidade também fizeram grandes sacrifícios. A questão mais importante na história do Cristo é o seu reaparecimento, a prova de que a Vida é uma energia contínua, que não se desfaz na morte física. Eu ouvi um comentário fantástico há algum tempo, num Café Filosófico da TV Cultura... infelizmente não me recordo do autor, mas era simplesmente "A palavra Morte não é antônimo de Vida. A palavra Morte é antônimo de Nascimento. Vida não tem antítese." Reflita sobre isso: Nascimento e Morte são eventos deste mundo -  fazem parte de uma condição física - mas as a energia (espírito, alma, eu interior, qulaquer que seja a nomenclatura que você lhe dê) que anima a vida física não pode ser destruída, ela funciona num outro plano.
Se Jesus não foi um homem, mas um símbolo, considere que a história foi mantida viva através de grandes sacrifícios porque trazia verdades codificadas de tal modo que atingissem ricos e pobres, gente simples e cidadãos instruídos, verdades que deveriam resistir às perseguições dos romanos; às alterações sofridas nas transcrições e traduções; às adulterações por interesse; à tecnologia; ao cinismo e à indiferença.
A história de Jesus é sobre a Vida verdadeira, que certamente não é esta vida física tão curta e nem o Céu e Inferno da mitologia. A Vida é algo maior, que faz jus a idéia de um Deus infinito e eterno, grande o bastante para inúmeras experiências. A Vida Verdadeira talvez seja feita de muitas dessas pequenas vidas, e a cada uma delas acrescentamos uma experiência, errando menos.